quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Relato de um militante

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O texto a seguir foi escrito por um amigo meu e relata em “primeira pessoa” o que aconteceu no último protesto em São Paulo no dia 22/02/2014.
Segue:
“Oi meus amigos, quero relatar aqui o que vi no segundo ato n vai ter copa em poucas palavras, para n cansar a leitura e n me encontro em bom estado de para ficar de frente ao monitor.
Naquela tarde tudo estava certo, todos e cada pessoa decidida a fazer do ato o mais pacifico possível, para que as pessoas entendessem que precisamos tanto da presença popular nos futuros atos. Tudo seguia unido em paz, algumas pessoas se misturaram na linha de frente junto aos Blac Bloc isso fez com que a união do interesse popular estivesse bem expressivo. Foi um dos atos mais lindos que participei desde Junho de 2013.
Ao entrar novamente por uma das ruas da Republica pela Xavier, um grupo chamado PSTU parou e começou a recuar, abrindo um espaço enorme no meio da massa, o que seguiu foi os capetas de farda fecharem o corredor Polonês, dando origem a uma violência gratuita. Alguns praticantes da tatica Blac Bloc jogaram seus corpos contra os escudos, a pancadaria comendo solta, pouco mias a frente um grupo de BB uns 15 voltaram atacando com pedras e pedaços de pau na tentativa de abrir o cerco, tb haviam militantes de mov. sociais e de estudantes em desespero ajudando porem fizeram a PM um cordão de frente foi onde começaram as balas de borrachas e bombas.
Logo a esquerda um PM batia em uma manifestante com um pedaço de pau, alguns Punks e BB correram para quadra de cima para dar a volta e atacar por trás, ao virar a esquina nos deparamos com uma garota cheia de sangue cambaleando, acabamos surpreendidos por bombas e balas de borracha. Tentaram resistir onde era possível, ao recuar alguns Blac Bloc passavam em frente aos barezinhos e pediam para as pessoas entrarem para dentro para se protegerem das balas de borracha e bombas.
O dono ou segurança viu a garota e pediu para que a gente deixasse a garota no bar que eles chamariam o resgate, seguimos em frente voltando para praça da Republica
onde o choque tacava bombas e atirava contra o pessoal das barracas da ocupação, as motos da Rocan pela calçada atacando inclusive populares.
Impossível esquecer o rosto das pessoas assustadas sem saberem para onde correr, os gritos daqueles que apanhavam no cerco da PM.
A preocupação por informações de detidos, a solidariedade de comerciantes e ajudar manifestantes e o desprezo daqueles que baixavam suas portas indiferente com o que acontecia.
Durante a fuga uma bomba estourou na minha frente, assim que pode parei em um lugar seguro sozinho e lavei meus olhos com leite de magnésia, logo em seguida em volta da praça encontrei uma migo e começamos a procurar os demais. Logo depois procuramos por delegacias e comunicação com eles os amigos perdidos.
Ao amanhecer do domingo meu olho esquerdo amanheceu irritado, n dei atenção já que estava a muitas horas acordado, hoje acordei meu olho n dava para ver a parte branca parecia sangue puro, voltei agora da Clinica Haskin meu diagnostico (lesão na retina por substancia química) Tratamento pr 4 dias e sequelas só poderá ser apontada daqui pelo menos 4 dias)
Obrigado PSTU obrigado PM, graças a vcs o segundo ato foi um circo de horrores. E meu respeito por todos aqueles que se mantiveram unidos e tiveram atitude de fazer o ato o mais transparente possível, a luta continua, nunca poderemos parar.”

De: http://caosemfluxo.wordpress.com/2014/02/24/relato-de-um-militante/

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